Israel pretende manter as Colinas de Golã, que capturou à Síria em uma guerra em 1967, independentemente das mudanças de opiniões internacionais sobre Damasco mudem, informou o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett, nesta segunda-feira (11).
Em 2019, o ex-presidente norte-americano Donald Trump foi contra outras potências mundiais ao reconhecer Israel como Estado soberano das Colinas de Golã, anexadas em 1981, um passo não reconhecido internacionalmente.
As observações de Bennett chegam na esteira da atual administração democrata dos EUA se aproximar da discussão sobre o status legal de Golã e de alguns Estados árabes aliados de Washington, reporta a agência Reuters.
Em uma conferência sobre o futuro de Golã, Bennett inferiu que a disputa interna síria havia "convencido muitos no mundo de que talvez seja preferível que este belo e estratégico território esteja nas mãos do Estado de Israel [...] Mas mesmo em uma situação em que - como poderia acontecer - o mundo mude sua posição em relação à Síria, ou a Assad, isso não tem nenhuma relação com as Colinas de Golã [...] As Colinas de Golã são israelenses, ponto final", citado pela mídia.
© AP PHOTO / ARIEL SCHALIT
Soldados israelenses preparam seus tanques Merkava para ação nas Colinas de Golã, na fronteira entre Israel e Síria, enquanto região vive tensões após confrontos
Em seu discurso, Bennett prometeu duplicar o tamanho da população israelense na região em causa. Atualmente, com cerca de 20 mil habitantes, a população israelense é quase igual ao da comunidade árabe drusa que, frequentemente, professa lealdade à Síria.
Uma fonte oficial do Ministério das Relações Exteriores da Síria condenou os comentários do premiê de Israel, afirmando que "tais declarações e políticas agressivas não mudarão a eterna verdade de que Golã era e continuará sendo árabe e síria, e que retornará à sua pátria [Síria] mais cedo ou mais tarde", citada pela Reuters.
Do lado de Washington, embora sua política não tenha mudado, a administração Biden se tem mostrado cautelosa na questão de Golã.
Quando questionado se Washington continuaria considerando a região parte de Israel, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, indicou que seria possível haver uma revisão da política, de acordo com a agência.
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