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quinta-feira, 15 de julho de 2021

Um revólver para cada 100 brasileiros: estudo aponta aumento na compra de armas em todo Brasil

 


Com as recentes diretrizes do governo Bolsonaro para flexibilização no acesso ao porte de armas, país totalizou em dezembro mais de dois milhões de registros de armas particulares. Aumento na compra foi evidenciado em todos os estados.

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as medidas de flexibilização no acesso às armas adotadas pelo governo Bolsonaro fizeram com que o Brasil alcançasse, em dezembro de 2020, a marca de 2.077.126 armas legais particulares, ou seja, uma arma para cada 100 brasileiros, de acordo com a Folha de São Paulo.

A conta inclui armas legais registradas por cidadãos, por atiradores desportivos, caçadores e colecionadores e armas registradas em nome de empresas, além das armas de uso pessoal de policiais, bombeiros e militares. Ao serem comparados a anos anteriores, os dados apontam para uma escalada no acesso e na circulação de armas particulares no país nos últimos anos.

O levantamento mostra que houve aumento de registros ativos em todos os estados brasileiros, sem exceção. Contudo, o Distrito Federal foi o que apresentou maior elevação nos registros, de acordo com a mídia.

Presidente Jair Bolsonaro durante ato de entrega de viaturas e de armamentos à Polícia Rodoviária Federal.
© CC BY 2.0 / CAROLINA ANTUNES/PR
Presidente Jair Bolsonaro durante ato de entrega de viaturas e de armamentos à Polícia Rodoviária Federal

Na avaliação da advogada Isabel Figueiredo, do Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o aumento na compra de armas é resultado das flexibilizações de normas aprovadas pelo governo e do incentivo do presidente ao armamento pela população civil.

"O governo tem uma atuação completamente irresponsável que desconsidera todo o conhecimento científico em torno do tema de controle de armas. Temos um conjunto robusto de evidências que relacionam o maior número de armas circulando com o aumento da violência", afirmou Figueiredo.

A tendência é que o acesso às armas cresça ainda mais neste e nos próximos anos, já que Bolsonaro editou, em fevereiro deste ano, uma série de medidas para facilitar o acesso e aumentar o limite para aquisição de armamentos e munições.

Essa tendência foi confirmada pelo especialista em segurança, Ignácio Cano, entrevistado pela Sputnik Brasil quando disse que "essa é mais uma tentativa do governo Bolsonaro, entre várias anteriores e outras que virão, para aumentar o número de armas em circulação, para aumentar os tipos de armas que podem ser compradas, e o número que cada pessoa tem direito".

Facebook acusa hackers iranianos de espionagem de militares dos EUA e desativa 200 perfis

 


Representantes da rede social disseram que grupo Tortoiseshell usava contas fake para praticar o golpe conhecido como phishing, no qual o usuário é levado a clicar em um link externo que instala um malware espião nos dispositivos.

O Facebook anunciou, nesta quinta-feira (15), que retirou cerca de 200 contas administradas por um grupo de hackers no Irã como parte de uma operação de espionagem cibernética que teve como alvo, principalmente, militares dos EUA e pessoas que trabalham em empresas de defesa e aeroespacial.

O gigante da mídia social disse que o grupo, apelidado de Tortoiseshell por especialistas em segurança, usava perfis falsos para se conectar com os alvos, construindo confiança ao longo de vários meses. O golpe conhecido como phishing faz com que as vítimas sejam levadas para outros sites onde são enganadas para clicar em links maliciosos que podem infectar seus dispositivos com malware espião.

"Esta atividade tem as marcas de uma operação persistente e com bons recursos, enquanto depende de medidas de segurança operacional relativamente fortes para esconder quem está por trás dela", disse a equipe de investigações do Facebook em um blog.

Os hackers teriam criado perfis fictícios em várias plataformas de mídia social para parecerem mais confiáveis, muitas vezes se passando por recrutadores ou funcionários de empresas aeroespaciais e de defesa. 

O Facebook disse que o grupo usou e-mail, mensagens e serviços de colaboração para distribuir o malware, inclusive por meio de planilhas maliciosas do Excel. O LinkedIn, de propriedade da Microsoft, disse que também removeu várias contas e o Twitter disse que estava "investigando ativamente" as informações do relatório do Facebook. 

Logo da LinkedIn
Logo da LinkedIn
O Google, da Alphabet Inc, também teria detectado e bloqueado o phishing no Gmail e emitiu avisos para seus usuários. O aplicativo de mensagens no local de trabalho da Slack Technologies Inc informou suas atitudes para derrubar os hackers.

Nome do Google na oficina em Londres
© REUTERS / TOBY MELVILLE
Nome do Google na oficina em Londres
Segundo o Facebook, os hackers usaram ainda domínios personalizados para atrair seus alvos, incluindo sites de recrutamento falsos para empresas de defesa, e configurou uma infraestrutura online que falsificou um site legítimo de busca de empregos para o Departamento do Trabalho dos EUA.

Alvos específicos do golpe

O Facebook disse que os hackers têm como alvo principalmente pessoas nos EUA, bem como algumas no Reino Unido e na Europa, em uma campanha em andamento desde meados de 2020. Os nomes das empresas cujos funcionários foram visados não foram divulgados, mas o chefe de espionagem cibernética do Facebook, Mike Dvilyanski, comunicou que estava notificando "menos de 200 indivíduos".

A investigação da rede social descobriu que uma parte do malware usado pelo grupo foi desenvolvida por Mahak Rayan Afraz (MRA), uma empresa de Tecnologia da Informação sediada em Teerã com ligações com o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês).

Segundo a Reuters, a suposta conexão do MRA com a espionagem cibernética do Estado iraniano não é nova. No ano passado, a empresa de segurança cibernética Recorded Future disse que a MRA era uma das várias contratadas suspeitas de servir à Força Quds de elite do IRGC.

O Facebook disse que bloqueou o compartilhamento de domínios maliciosos e o Google disse que adicionou os domínios à sua "lista de bloqueio".