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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

'Horrorizados' com equipamento dos EUA 'nas mãos do Talibã', senadores exigem resposta do Pentágono

 


Mais de 20 membros Republicanos do Senado dos EUA expressaram seu descontento com o abandono de equipamento militar do país no Afeganistão, que ficou nas mãos do Talibã.

Um grupo de 25 senadores Republicanos escreveu uma carta a Austin Lloyd,  secretário de Defesa dos EUA, exigindo que a administração do presidente norte-americano Joe Biden contabilize o equipamento militar financiado pelos contribuintes nacionais que agora foi apreendido pelo Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).

"Ao observarmos as imagens que saíam do Afeganistão quando o Talibã retomou o país, ficamos horrorizados ao ver o equipamento dos EUA, inclusive UH-60 Black Hawks, nas mãos do Talibã", escreveu o grupo de senadores.

Têm surgido do Afeganistão relatos de como o grupo militante capturou não apenas armas e munições estocadas pelas tropas dos EUA, mas também helicópteros e veículos blindados pesados.

"É inconcebível que equipamentos militares de alta tecnologia pagos pelos contribuintes americanos tenham caído nas mãos dos Talibãs e de seus aliados terroristas. Garantir os ativos dos EUA deveria ter sido uma das principais prioridades do Departamento de Defesa dos EUA antes de anunciar a retirada do Afeganistão", indica a carta.

O texto exortou a criação de um relatório completo do equipamento militar fornecido às forças armadas afegãs no ano passado. Acredita-se que o Talibã tenha tomado posse de mais de 2.000 veículos blindados, incluindo caminhões Humvees, e cerca de 40 aeronaves, incluindo UH-60 Black Hawks, drones militares ScanEagle, e helicópteros de ataque.

Os senadores também levantaram preocupações sobre a possibilidade de o Talibã trabalhar com países hostis aos EUA para utilizar o equipamento altamente avançado, tais como "a Rússia, Paquistão, Irã ou República Popular da China para treinamento, combustível ou infraestrutura necessária para utilizar o equipamento que eles não têm capacidade de usar por conta própria".

Conclusões já realizadas

Na segunda-feira (16) foi publicado um relatório condenatório de 140 páginas intitulado "O que precisamos aprender: Lições de 20 anos de reconstrução do Afeganistão" de John Sopko, inspetor-geral especial para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR, na sigla em inglês) dos EUA, a principal autoridade de auditoria do governo norte-americana, sobre como Washington incorreu em despesas inúteis no Afeganistão.

"Se o objetivo era reconstruir e deixar para trás um país que possa se sustentar e representar pouca ameaça aos interesses de segurança nacional dos EUA, o quadro geral é sombrio", conclui o relatório.

Biden anunciou na primavera que os milhares de tropas dos EUA presentes no país nos últimos 20 anos partiriam até 31 de agosto. O Talibã lançou posteriormente uma grande ofensiva contra as forças afegãs, capturando grandes partes da nação, antes de tomar a capital Cabul no domingo (15).

O país está testemunhando cenas caóticas após a tomada do poder pelo Talibã, com o ex-presidente afegão Ashraf Ghani fugindo do país no domingo (15) e surgindo poucos dias depois nos Emirados Árabes Unidos, alegando ter deixado o Afeganistão para evitar derramamento de sangue.

Forças da resistência matam e ferem dezenas de talibãs em Baghlan, no nordeste do Afeganistão

 


Forças da resistência mataram e feriram dezenas de membros do Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países) em confrontos para recuperar o controle sobre distritos da província de Baghlan, disse uma fonte à Sputnik.

Bismillah Mohammadi, ministro da Defesa do ex-governo afegão, afirmou nesta sexta-feira (20) que as forças da resistência recuperaram o controle sobre três distritos no nordeste da província de Baghlan, no nordeste do Afeganistão, do movimento Talibã.

"Resistir aos terroristas do Talibã é meu dever. Os distritos de Pul-e-Hesar, Deh Salah e Banu, em Baghlan, foram ocupados por forças da resistência locais. A resistência ainda está viva", escreveu Mohammadi na rede social Twitter.

Como resultado dos confrontos entre as forças de resistências e os talibãs, dezenas de membros do grupo radical foram assassinadas e outras muitas ficaram feridas, informou uma fonte da província Baghlan à Sputnik.

O Talibã havia anunciado em 10 de agosto que tinha assumido o controle sobre Pol-e-Khomri, capital da província de Baghlan. No domingo (15), após a fuga do ex-presidente afegão Ashraf Ghani, o Talibã anunciou ter o controle total sobre as instituições oficiais de Cabul, sobre a guarda do palácio presidencial e sobre a organização de patrulhas noturnas na cidade.