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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Blinken diz a Lavrov que EUA responderão se Rússia 'agir de forma agressiva'

 


O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se reuniram para negociações, nesta quarta-feira (19), em Reykjavik, na Islândia.

No encontro, paralelo à cúpula ministerial do Conselho do Ártico, ambos admitiram que os países possuem discordâncias, mas enfatizaram que devem trabalhar juntos em algumas questões.

Além de tentar minimizar as diferenças entre as duas potências, o encontro tem o objetivo de confirmar uma eventual cúpula, em junho, entre os presidentes Joe Biden e Vladimir Putin.

Blinken afirmou que os Estados Unidos desejam cooperar com a Rússia para tornar o mundo "mais seguro". Porém, o secretário de Estado garantiu que, dependendo das medidas de Moscou, os EUA poderão responder.

"Se a Rússia agir de forma agressiva contra nós, nossos parceiros ou nossos aliados, responderemos", disse Antony Blinken durante a reunião bilateral em Reykjavik. "Nossa visão é que, se os líderes da Rússia e dos Estados Unidos puderem trabalhar cooperativamente [...], o mundo será um lugar mais seguro", disse, conforme relatado pela agência de notícias AFP.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se encontra com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Reykjavik, na Islândia, em 19 de maio de 2021
© AFP 2021 / SAUL LOEB
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se encontra com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em Reykjavik, na Islândia, em 19 de maio de 2021

Para o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Moscou e Washington vão precisar se esforçar para uma futura cooperação.

"Estamos prontos para discutir todas as questões, sem exceção, se entendermos que as discussões serão honestas e baseadas na confiança mútua", disse Lavrov a Blinken.


EUA e Coreia do Sul comemoram 'força de sua aliança' em reunião na Casa Branca

 


O presidente dos EUA, Joe Biden, e sei colega sul-coreano, Moon Jae-in, saudaram nesta sexta-feira a força da aliança entre os dois países, após as tensões da era Trump.

Pouco depois de Moon chegar à Casa Branca, ele e Biden se uniram para conceder a Medalha de Honra a Ralph Puckett, um veterano da Guerra da Coreia de 94 anos, coronel aposentado do Exército dos EUA, por seu valor em uma batalha de 1950 em uma colina estratégica. Puckett estava lutando contra as tropas chinesas na Coreia do Norte.

Foi a primeira vez que um líder estrangeiro compareceu a uma cerimônia da Medalha de Honra, que Biden chamou de um testemunho da força da aliança EUA-Coreia do Sul.

O presidente sul-coreano Moon Jae-in fala com William Weber, veterano do Exército, na cerimônia de inauguração do Muro da Memória dos Veteranos da Guerra da Coreia no National Mall em Washington, EUA, 21 de maio de 2021
© REUTERS / SARAH SILBIGER
O presidente sul-coreano Moon Jae-in fala com William Weber, veterano do Exército, na cerimônia de inauguração do Muro da Memória dos Veteranos da Guerra da Coreia no National Mall em Washington, EUA, 21 de maio de 2021

Moon disse que Puckett é um exemplo da força da aliança, que ele chamou de "um pilar da paz e segurança na península coreana e além".

Depois de uma reunião individual no Salão Oval, os dois líderes se juntaram a assessores importantes para uma ampla discussão que incluiu o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.

Moon disse a Biden que a Coreia do Sul "trabalhará em estreita colaboração com os EUA para se conseguir a desnuclearização completa e estabelecer uma paz permanente na península coreana".

Caça MiG-31BM elimina avião de vigilância 'intruso' durante treinamento de combate (VÍDEO)

 


Pilotos de caças-interceptadores MiG-31BM simularam durante treinamento o combate com uma aeronave do inimigo convencional na região russa de Perm.

No âmbito de um combate de treinamento, o caça pesado supersônico de longo alcance MiG-31BM atingiu uma aeronave do adversário que havia violado o espaço aéreo da Rússia para coletar informações.

De acordo com a descrição do vídeo publicado pelo Ministério da Defesa da Rússia, as tripulações dos caças detectaram um "adversário convencional sem uso de meios terrestres de defesa antiaérea, tendo interceptado com sucesso o alvo aéreo atingindo-o por lançamento eletrônico de um míssil de longo alcance".

Até o início de 2021, mais de uma centena de MiG-31 foram modernizados para a versão MiG-31BM. Planeja-se renovar totalmente sua frota até 2023.

As características e o arsenal de armamentos permitem ao caça destruir quaisquer alvos aéreos – desde drones até veículos hipersônicos.

O caça interceptador de longo alcance MiG-31BM atinge velocidade máxima de 3.000 quilômetros por hora e altitudes de até 30 quilômetros. O armamento do caça é capaz de abater mísseis de cruzeiro.


Mais vistas da semana

Risco de conflito no estreito de Taiwan nunca foi tão alto, diz think tank apoiado por Pequim

 


Tensões em torno do estreito de Taiwan se intensificaram ao ponto de risco de conflito armado ser o "mais alto de todos os tempos", de acordo com think tank apoiado por Pequim.

O think tank com sede em Hong Kong divulgou nesta quarta-feira (19) um relatório sobre as relações no estreito que separa a China da ilha de Taiwan. De acordo com o documento, reporta South China Morning Post, os analistas levaram em consideração vários fatores, incluindo a força militar de ambos os lados, relações comerciais, opinião pública, eventos políticos e apoio de aliados.

Os especialistas concluíram que os países estão "à beira de uma guerra".

A conclusão dos analistas é baseada no índice do nível de risco de conflito armado calculado para o estreito, tendo o nível sido avaliado em 7,21 para o ano de 2021, em uma escala de menos dez a dez.

Conforme o relato, o índice só vem crescendo desde 2000, quando o Partido Democrático Progressista, em busca de independência, tomou o poder em Taiwan.

Em 2018, o índice já correspondia a seis, diante do apoio de Donald Trump, então presidente dos EUA, a uma abordagem antagonista à China e da busca trumpista por relações mais próximas com Taiwan.

Embora os Estados Unidos, como a maioria das nações, não tenham laços diplomáticos formais com a ilha, Washington é importante aliado internacional e vendedor de armas a Taiwan.

USS John S. McCain, destróier de mísseis guiados, em operações marítimas no estreito de Taiwan, 30 de dezembro de 2020
USS John S. McCain, destróier de mísseis guiados, em operações marítimas no estreito de Taiwan, 30 de dezembro de 2020

Neste mês, o jornal The Economist, por sua vez, rotulou o estreito de Taiwan como "o lugar mais perigoso da Terra", já que este é o assunto territorial mais sensível para Pequim e o ponto de tensão mais aguda entre a China e os Estados Unidos.

Pequim classifica a ilha autogovernada Taiwan como seu território e não exclui o uso de força para impor controle chinês, se irritando, de acordo com o veículo de imprensa, com o aquecimento dos laços entre Washington e Taipé.

Para o diretor do think tank Lei Xiying, a mudança na dinâmica política na região e as relações mais próximas entre os EUA e Taiwan correspondem aos dois "fatores destrutivos" que fomentaram o risco de conflito.

"Se a tendência atual continuar, a unificação de Taiwan pela força será apenas uma questão do tempo", afirmou.

O pesquisador aposentado da organização taiwanesa Academia Sinica, Lim John Chuan-tiong, concorda com Xiying.

"Mas, considerando agora situação explosiva, enormes incertezas e riscos envolvidos se alguém fizer um julgamento errado ou um movimento errado, não é errado afirmar que o risco em todo o estreito de Taiwan atingiu um nível sem precedentes", ressaltou o especialista.

As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik

Atentados de hackers desafiam baixa presença do Estado na infraestrutura dos EUA, diz especialista

 


Enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, negocia a aprovação de pacote trilionário de infraestrutura, rede de gasoduto privatizada norte-americana sofre ataques de hackers. O Estado norte-americano deveria investir e controlar setores-chave de sua infraestrutura?

Nesta semana, o presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, realizou negociações com representantes do Partido Republicano para viabilizar a aprovação de pacote trilionário de investimentos em infraestrutura.

A proposta inicial apresentada pelos democratas em 31 de março prevê investimentos de cerca de US$ 2 a 3 trilhões (entre R$10 e 15 trilhões) em um período de oito anos.

Mas os republicanos expressaram descontentamento, afirmando que o pacote democrata trabalha com uma definição ampla de infraestrutura, que inclui investimentos em outros setores, como saúde e habitação.

Presidente dos EUA, Joe Biden, assovia durante cerimônia em homenagem a cadetes da Guarda Costeira dos EUA, em New London, Connecticut, EUA, 19 de maio de 2021
© REUTERS / KEVIN LAMARQUE
Presidente dos EUA, Joe Biden, assovia durante cerimônia em homenagem a cadetes da Guarda Costeira dos EUA, em New London, Connecticut, EUA, 19 de maio de 2021

A contraproposta republicana sinaliza para um pacote de US$ 568 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões), a serem investidos em um período de cinco anos.

Apesar dos diferentes métodos, parece haver certo consenso bipartidário sobre a necessidade de investimento público no setor.

Os primeiros debates recentes sobre a realização de plano de investimento massivo no setor inclusive foram feitos durante a administração do antecessor e rival de Biden, Donald Trump.

"Vejo diversos traços de continuidade da política de Biden em relação à Trump", disse o professor do Instituto de Economia da UNICAMP, Bruno De Conti, à Sputnik Brasil "A forma é distinta, o discurso é diferente, mas a essência é praticamente a mesma."

Segundo ele, agendas como a tentativa de reindustrialização dos EUA e a exigência de conteúdo nacional em projetos públicos já vinham sendo defendidas por Trump.

"Deve haver um consenso bipartidário maior [sobre a necessidade de investir em infraestrutura] mas a maneira de se fazer isso não é unanimidade", disse o economista. "A disputa lá hoje é em torno dos gastos públicos, se eles serão inflacionados ou não, se isso significará um rompimento com o mantra da responsabilidade fiscal."

Então presidente eleito dos EUA, Donald Trump, no hall de um dos prédios construídos pela sua empresa em Nova York, EUA, 16 de janeiro de 2021
© AFP 2021 / DOMINICK REUTER
Então presidente eleito dos EUA, Donald Trump, no hall de um dos prédios construídos pela sua empresa em Nova York, EUA, 16 de janeiro de 2021

Além disso, as disputas políticas interferem na aprovação do pacote, já que os republicanos "não querem dar os louros para o Biden", acredita De Conti.

"A maioria democrata do Biden é frágil, então os republicanos sentem que tem o poder de interferir", notou o economista.

Apesar da rivalidade, tanto democratas, quanto republicanos, associam planos nacionais de infraestrutura à disputa com a China.

"O plano de infraestrutura em particular é uma reação à ascensão chinesa. A China tem o projeto da Nova Rota da Seda, estimado em US$ 1 trilhão (cerca de R$ 5 trilhões), e os EUA então respondem com um plano que custará o dobro", considerou. "É como se a China tivesse trucado, e os EUA pedido seis."

Apesar dos EUA ainda estarem na frente da China em muitos setores-chave, como o de semicondutores, a falta de investimentos públicos deixou a infraestrutura norte-americana muito aquém de seu rival asiático, acredita o economista.

Presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, fala durante coletiva de imprensa no Capitólio em Washington, EUA, em 19 de maio de 2021
© REUTERS / JOSHUA ROBERTS
Presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, fala durante coletiva de imprensa no Capitólio em Washington, EUA, em 19 de maio de 2021.

"De acordo com o ranking do World Economic Forum sobre a infraestrutura nos principais países, os EUA se encontram na décima terceira posição, o que é lamentável, se considerarmos que é o país mais rico do mundo", relatou De Conti.

Segundo ele, a precariedade da infraestrutura tem reflexos na competitividade norte-americana: "defender o mercado doméstico, ampliar as exportações, atrair a indústria de volta para os EUA, tudo isso passa por uma melhoria da infraestrutura".

Setores sensíveis

Enquanto políticos debatiam o pacote, os EUA sofreram um dos maiores ataques cibernéticos contra seu setor de infraestrutura em sua história.

No início de maio, a maior rede de gasodutos do país, foi alvo de ataque pelo grupo DarkSide, que roubou mais de 100 GB de informações da empresa e suspendeu suas operações.

O gasoduto transporta cerca de 2,5 milhões de barris de óleo e combustíveis por dia, o equivalente a aproximadamente 45% do consumo de gasolina, diesel e querosene de aviação da costa leste dos EUA.

O incidente fez com que especialistas questionassem o nível de investimento em segurança cibernética feito pela empresa privada que opera a rede, chamada Colonial Pipeline.

Em fevereiro deste ano, a empresa responsável pela geração e transmissão de eletricidade do estado do Texas também apresentou falha grave em suas operações, em um momento em que a população mais carecia dela. Durante onda de frio inédita no estado, milhões de pessoas ficaram sujeitas a racionamento de energia elétrica e sem aquecimento por semanas.

Norte-americanos acendem velas durante racionamento de energia, em Fort Worth, Texas, EUA, 20 de fevereiro de 2021
© REUTERS / COOPER NEILL
Norte-americanos acendem velas durante racionamento de energia, em Fort Worth, Texas, EUA, 20 de fevereiro de 2021

Esses incidentes colocam em cheque o modelo norte-americano, que não prioriza o controle estatal de setores-chave da infraestrutura nacional.

"Eu diria que o melhor seria que esses setores estratégicos fossem públicos", disse De Conti. "Só pelo fato de os serviços públicos serem operados por empresas com capital aberto, isso já faz com que a sua administração mude completamente."

Segundo o professor, "ao invés de reinvestir os lucros no serviço que ela presta, a empresa prioriza a distribuição de dividendos para os acionistas".

"O objetivo no fim das contas é menos o objeto em si no qual a empresa atua, e mais a valorização das ações", acredita. "Por isso o setor público deveria estar mais presente em setores estratégicos, como é na China e como já foi no Brasil e outros lugares do mundo."

Empregados lavam janelas em prédio de Pequim, China, 12 de maio de 2021
© AFP 2021 / NOEL CELIS
Empregados lavam janelas em prédio de Pequim, China, 12 de maio de 2021

Apesar do diagnóstico, o economista não acredita que Biden "terá a força política para reverter a tendência em favor do estabelecimento de parcerias público-privadas" em setores-chave da indústria.

Nesse contexto, o plano de infraestrutura de Biden pode se converter em um grande repasse de recursos públicos para empresas privadas do setor.

"Entre o que foi proposto por Biden e o que vai de fato ser aprovado no Congresso já tem mudanças. Entre aquilo que passa no Congresso e o que é implementado, teremos uma mudança maior ainda", alertou De Conti.

Em 31 de março, a administração Biden apresentou projeto de investimento em infraestrutura que prevê investimentos de cerca de US$ 2 a 3 trilhões (entre R$10 e 15 trilhões). Parlamentares republicanos negociam a alteração em termos do projeto, principalmente no que se refere ao escopo e cronograma de investimentos.

As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik