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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Inteligência da China acusa EUA de promover ataques cibernéticos e espionagem em 45 países

 


Grupo de hackers da elite da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) estava usando um backdoor secreto para monitorar 45 países e regiões ao longo de uma década.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, fez duras críticas ao conteúdo dos relatórios que expuseram ciberataques perpetrados pelos Estados Unidos em 45 países e regiões por mais de 10 anos.
Hua disse que a China está seriamente preocupada com as atividades cibernéticas irresponsáveis ​​e maliciosas expostas nos documentos, e "insta fortemente os EUA a emitir uma explicação e cessar imediatamente essas atividades".
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, reage durante a coletiva de imprensa diária no Ministério das Relações Exteriores em Pequim, 23 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 25.02.2022
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, reage durante a coletiva de imprensa diária na sede da pasta, Pequim, 23 de fevereiro de 2022.
Ela ainda comentou que esses ataques podem resultar em vazamentos maciços de informações pessoais, segredos comerciais e propriedade intelectual e ameaçar a segurança da infraestrutura crítica da China.

"Os relatórios expuseram que, além da China e de outros países em desenvolvimento na Ásia, África e América Latina, os ataques cibernéticos dos EUA também têm como alvo seus aliados, incluindo os europeus", acrescentou.

A porta-voz afirmou que a Lei de Inteligência dos Estados Unidos permite que o governo do país se envolva em roubo massivo e indiscriminado de informações e dados de todo o mundo, incluindo seus associados.

"Os EUA estão buscando ativamente cooperação multilateral e bilateral em segurança cibernética para ajudar os países a melhorar suas capacidades, o que lança dúvidas sobre suas reais intenções", concluiu.

Entenda o caso

Especialistas do laboratório Qi An Pangu, na China, disseram na quarta-feira (23) que desclassificaram todos os detalhes técnicos do "Telescreen", um backdoor Bvp47 criado pela Equation, um grupo de hackers de elite afiliado à NSA.

Segundo o Global Times, esta é a primeira vez que especialistas chineses em segurança cibernética expõem publicamente a cadeia completa de evidências técnicas sobre a ameaça persistente avançada (APT) posta em ação pelo Equation.
Em Paris, o presidente da França, Emmanuel Macron (à esquerda), cumprimenta o chefe do Estado-Maior francês, o general François Lecointre, em 8 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 30.07.2021
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Um backdoor é um tipo de ataque APT no ciberespaço. Refere-se a uma maneira de contornar os controles de segurança para obter acesso ao sistema de rede, operando de forma semelhante a um vírus.
A publicação sustenta que o "Telescreen" está se espalhando pelo mundo há mais de uma década, infiltrando-se em 45 países e regiões, incluindo China, Rússia, Japão, Alemanha, Espanha e Itália, e envolvendo 287 importantes alvos institucionais.
De acordo com um relatório divulgado pelo Qi An Pangu em 2013, pesquisadores do laboratório extraíram um backdoor suspeito de criptografia complexa enquanto investigavam um host de computador vítima na China.
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Depois de quebrar com sucesso o programa, os especialistas o identificaram como um dos principais programas usados para ataques APT.

"Pode-se concluir que o Bvp47 é uma ferramenta de hacking pertencente ao Equation", disse o documento do laboratório.

"Os backdoors permitem que hackers espiem a rede interna de uma organização", disse Han Zhengguang, fundador do laboratório Qi An Pangu.
De acordo com Han, o recurso foi implantado em pelo menos 64 alvos, cobrindo departamentos de dados básicos de comunicação, universidades de ponta e seções militares na China.
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Regulador de mídia limita acesso ao Facebook na Rússia após empresa descumprir exigências



Nos últimos dias, as redes sociais suspenderam a conta da agência de notícias russa RIA Novosti por 90 dias, alegando uma suposta disseminação de "desinformação".


A suspensão ocorreu quando o veículo estava relatando os eventos em torno da operação especial dos militares da Rússia, destinada a proteger as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL).
As informações foram confirmadas pelo Serviço Federal de Vigilância na Área das Comunicações, Tecnologias da Informação e Mass Media, Roskomnadzor.
O órgão anunciou uma resposta ao Facebook, limitando o acesso à plataforma social a partir de 25 de fevereiro. O entendimento é de que a gigante das redes sociais "violou os direitos e as liberdades dos russos".

Nos últimos dias, o Facebook censurou quatro meios de comunicação russos. A saber: Zvezda, RIA Novosti, Lenta.ru e Gazeta.ru.

"Essas restrições violam os princípios da livre disseminação de informações e do acesso a elas", explicou Roskomnadzor em comunicado. "Não foram recebidas explicações sobre os motivos das medidas discriminatórias", acrescentou.

O serviço de vigilância revelou que detectou 23 casos de censura na rede social desde outubro de 2020.
Há meses o Facebook e sua controladora, a Meta, ignoram as exigências de Roskomnadzor de remover restrições sobre materiais publicados por vários meios de comunicação russos.
Em Moscou, Andrei Lipov, chefe do Serviço Federal de Vigilância na Área das Comunicações, Tecnologias da Informação e Mass Media (Roskomnadzor), participa de reunião com presidente russo Vladimir Putin, em 10 de agosto de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 25.02.2022
Andrei Lipov, chefe do Serviço Federal de Vigilância na Área das Comunicações, Tecnologias da Informação e Mass Media (Roskomnadzor), participa de reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, Rússia, 10 de agosto de 2020.