Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino) |
"Jair Bolsonaro adotou, e infelizmente continua adotando, a política da negação, do empurra-empurra, do “a culpa é dos outros”, mais preocupado com a imagem nas redes sociais do que com a vida real das brasileiras e dos brasileiros", escreve o deputado federal Rogério Correia (PT-MG)
Cenário de terra arrasada na economia brasileira. Três novos indicadores foram divulgados hoje e demonstram um quadro caótico: a fuga de dólares do Brasil nos oito primeiros meses deste ano bateu recorde; o desemprego no mês passado também é recorde; por fim, o rombo fiscal projetado para este ano igualmente não terá precedentes, chegando perto da casa do R$ 1 trilhão.
Não se deixe enganar: a pandemia de covid certamente impactou esses indicadores, mas está longe de ser a única “culpada”. Na realidade, a fuga de dólares do Brasil é realidade desde o governo Temer, e ganhou impulso a partir do governo Bolsonaro – um governante, bom destacar, com credibilidade baixíssima mundo afora.
Da mesma forma, os números referentes ao mercado de trabalho e às condições fiscais da União vêm apresentando piora novamente desde Temer – e o governo atual não melhorou em nada a situação dos brasileiros sem emprego ou do caixa do Estado. Pelo contrário, a conjuntura só fez piorar.
Não dá, portanto, para justificar a terra arrasada jogando o peso todo nas costas da pandemia.
Até porque há outros dois motivos para evitar esse jogo de empurra-empurra:
A covid afeta toda a economia global, em todos os continentes, mas tem afetado muito mais a economia brasileira (o real, nossa moeda, por exemplo, é a que mais perde valor no mundo).
Além disso, e aí chegamos ao segundo motivo para evitar o negacionismo de Bolsonaro, é que governos existem não para culpar os outros e chorar mágoas das intempéries da vida. Existem para resolvê-las.
Vários chefes de estado em todos os continentes, diante da pandemia, encararam o problema e buscaram formas de, primeiro, reduzir o contingente de infectados e vítimas fatais, e, segundo, abrandar ao máximo as consequências sobre a economia.
Bolsonaro, como sabemos, não fez nem um nem outro: nem protegeu a população, preferindo minimizar a doença e as formas científicas e reconhecidas de combate-la; nem buscou uma postura ativa para salvar a economia – e cabe lembrar a luta que foi para conseguir o auxílio emergencial de R$ 600 proposto pela oposição contra a equipe do ministro Paulo Guedes, que resistiu até onde pôde contra a ajuda aos mais pobres e desempregados na pandemia.
Jair Bolsonaro adotou, e infelizmente continua adotando, a política da negação, do empurra-empurra, do “a culpa é dos outros”, mais preocupado com a imagem nas redes sociais do que com a vida real das brasileiras e dos brasileiros.
O resultado está aí: terra arrasada, caos econômico e fome voltando a patamares dos anos 1990.
Fonte/247
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