Colunista da revista The National Interest, John Rossomando descreveu o que poderia acontecer com a OTAN em caso de um conflito armado com a Rússia na Europa.
O autor do artigo recordou os exercícios militares Inverno 2020 que decorreram na Polônia em janeiro, em que o suposto inimigo do leste derrotou o Exército polonês em apenas cinco dias.
De acordo com a revista, o Ministério da Defesa da Polônia estava querendo saber o que poderia acontecer se a Rússia lançasse todo o poder do Distrito Militar Ocidental contra o Exército polonês, e acabou sabendo o que não queria.
O Exército polonês foi derrotado apesar de no teórico conflito contar com caças F-35 dos EUA, que ainda não foram recebidos pela Polônia, com sistemas de defesa antimíssil Patriot e com lançadores múltiplos de foguetes HIMARS.
"O exercício demonstrou que o flanco leste da OTAN é vulnerável à 'invasão russa'", aponta especialista.
Rossomando observou que a Rússia tem fortalecido e modernizado o Distrito Militar Ocidental. Relatório de 2020 ao Congresso do EUA observa que esta formação militar russa contém algumas das suas unidades mais competentes equipadas com tanques modernos T-90, tanques T-72B3M, veículos de combate de infantaria BMP-3, e complexos de defesa antiaérea sofisticados, tais como Tunguska, Pantsir-S e S-400.
Segundo autor, estas unidades do Exército russo dominariam facilmente as forças polonesas e as dos países bálticos da OTAN, a menos que os EUA e outros aliados entrassem reforçando.
"Em um cenário de guerra, as forças russas e bielorrussas poderiam invadir território da OTAN ao longo da área fronteiriça e cortar a Aliança Atlântica em duas, rompendo as linhas logísticas que ligam Polônia à Lituânia", avança analista.
Rossomando propõe a ajuda dos EUA à Polônia com a substituição das armas obsoletas polonesas por modernas para atender aos padrões da Aliança Atlântica. Além disso, os aliados da OTAN deveriam reconstruir as linhas logísticas de abastecimento que existiram na Europa Ocidental até o fim da Guerra Fria.
Anteriormente, o presidente da Polônia, Andrzej Duda, ratificou Acordo de Cooperação de Defesa Aumentado que incrementa o número de tropas norte-americanas na Polônia para 5.500 soldados, além de mover o quartel-general do Corpo V do Exército dos EUA da Alemanha para seu país.
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