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sexta-feira, 21 de maio de 2021

Risco de conflito no estreito de Taiwan nunca foi tão alto, diz think tank apoiado por Pequim

 


Tensões em torno do estreito de Taiwan se intensificaram ao ponto de risco de conflito armado ser o "mais alto de todos os tempos", de acordo com think tank apoiado por Pequim.

O think tank com sede em Hong Kong divulgou nesta quarta-feira (19) um relatório sobre as relações no estreito que separa a China da ilha de Taiwan. De acordo com o documento, reporta South China Morning Post, os analistas levaram em consideração vários fatores, incluindo a força militar de ambos os lados, relações comerciais, opinião pública, eventos políticos e apoio de aliados.

Os especialistas concluíram que os países estão "à beira de uma guerra".

A conclusão dos analistas é baseada no índice do nível de risco de conflito armado calculado para o estreito, tendo o nível sido avaliado em 7,21 para o ano de 2021, em uma escala de menos dez a dez.

Conforme o relato, o índice só vem crescendo desde 2000, quando o Partido Democrático Progressista, em busca de independência, tomou o poder em Taiwan.

Em 2018, o índice já correspondia a seis, diante do apoio de Donald Trump, então presidente dos EUA, a uma abordagem antagonista à China e da busca trumpista por relações mais próximas com Taiwan.

Embora os Estados Unidos, como a maioria das nações, não tenham laços diplomáticos formais com a ilha, Washington é importante aliado internacional e vendedor de armas a Taiwan.

USS John S. McCain, destróier de mísseis guiados, em operações marítimas no estreito de Taiwan, 30 de dezembro de 2020
USS John S. McCain, destróier de mísseis guiados, em operações marítimas no estreito de Taiwan, 30 de dezembro de 2020

Neste mês, o jornal The Economist, por sua vez, rotulou o estreito de Taiwan como "o lugar mais perigoso da Terra", já que este é o assunto territorial mais sensível para Pequim e o ponto de tensão mais aguda entre a China e os Estados Unidos.

Pequim classifica a ilha autogovernada Taiwan como seu território e não exclui o uso de força para impor controle chinês, se irritando, de acordo com o veículo de imprensa, com o aquecimento dos laços entre Washington e Taipé.

Para o diretor do think tank Lei Xiying, a mudança na dinâmica política na região e as relações mais próximas entre os EUA e Taiwan correspondem aos dois "fatores destrutivos" que fomentaram o risco de conflito.

"Se a tendência atual continuar, a unificação de Taiwan pela força será apenas uma questão do tempo", afirmou.

O pesquisador aposentado da organização taiwanesa Academia Sinica, Lim John Chuan-tiong, concorda com Xiying.

"Mas, considerando agora situação explosiva, enormes incertezas e riscos envolvidos se alguém fizer um julgamento errado ou um movimento errado, não é errado afirmar que o risco em todo o estreito de Taiwan atingiu um nível sem precedentes", ressaltou o especialista.

As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik

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