Pesquisadores dos EUA, Canadá, China e Suíça examinaram a composição isotópica de rochas na China e no Canadá, de forma a saber como vulcões levaram a uma das maiores extinções em massa de todos os tempos.
Cientistas afirmam ter descoberto a razão da extinção em massa de há quase 252 milhões de anos, informa um comunicado de sexta-feira (18) da Universidade do Norte do Arizona, EUA.
Segundo pesquisadores, que também vieram do Canadá, China e Suíça, a atividade vulcânica na atual Sibéria deixou vestígios de um isótopo de níquel que alterou a química dos oceanos do planeta, acabando por sufocar uma grande maioria dos animais em todo o mundo.
Foi em Meishan, uma prefeitura da província de Zhejiang, China, conhecida há décadas como marcando a fronteira entre os períodos Permiano e Triássico, que os cientistas descobriram uma concentração de níquel dentro de uma faixa de rocha comprimida.
"O níquel é um metal residual essencial para muitos organismos, mas um aumento na abundância de níquel teria impulsionado um surto incomum na produtividade de metanogênicos, microrganismos que produzem gás metano", diz a geoquímica Laura Wasylenki, da Universidade do Norte do Arizona.
A equipe de investigadores também estudou amostras de xisto negro retiradas do Ártico no Canadá, tentando descobrir como isso afetaria a concentração do oxigênio.
Foi descoberto um declínio de níquel, apesar de um nível estável do isótopo, levando os pesquisadores a concluir que micróbios o conseguiram consumir em grandes quantidades, e assim privar os oceanos de oxigênio e carbono, necessários para a vida, ao longo de centenas de milhares de anos.
"Nossos dados fornecem uma ligação direta entre a dispersão global de aerossóis ricos [em níquel], mudanças na química oceânica e o evento da extinção em massa", relatou Wasylenki sobre o estudo, que foi publicado na revista Nature Communications.
A Extinção do Permiano-Triássico, que ocorreu cerca de há 251,9 milhões de anos atrás, foi a maior dos últimos 540 milhões de anos na Terra, matando cerca de 90% das espécies marinhas e 75% das espécies terrestres do nosso planeta, explica a Universidade do Norte do Arizona, EUA. Trata-se também da única extinção de insetos em massa conhecida.
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