Com as recentes diretrizes do governo Bolsonaro para flexibilização no acesso ao porte de armas, país totalizou em dezembro mais de dois milhões de registros de armas particulares. Aumento na compra foi evidenciado em todos os estados.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as medidas de flexibilização no acesso às armas adotadas pelo governo Bolsonaro fizeram com que o Brasil alcançasse, em dezembro de 2020, a marca de 2.077.126 armas legais particulares, ou seja, uma arma para cada 100 brasileiros, de acordo com a Folha de São Paulo.
A conta inclui armas legais registradas por cidadãos, por atiradores desportivos, caçadores e colecionadores e armas registradas em nome de empresas, além das armas de uso pessoal de policiais, bombeiros e militares. Ao serem comparados a anos anteriores, os dados apontam para uma escalada no acesso e na circulação de armas particulares no país nos últimos anos.
O levantamento mostra que houve aumento de registros ativos em todos os estados brasileiros, sem exceção. Contudo, o Distrito Federal foi o que apresentou maior elevação nos registros, de acordo com a mídia.
Na avaliação da advogada Isabel Figueiredo, do Conselho de Administração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o aumento na compra de armas é resultado das flexibilizações de normas aprovadas pelo governo e do incentivo do presidente ao armamento pela população civil.
"O governo tem uma atuação completamente irresponsável que desconsidera todo o conhecimento científico em torno do tema de controle de armas. Temos um conjunto robusto de evidências que relacionam o maior número de armas circulando com o aumento da violência", afirmou Figueiredo.
A tendência é que o acesso às armas cresça ainda mais neste e nos próximos anos, já que Bolsonaro editou, em fevereiro deste ano, uma série de medidas para facilitar o acesso e aumentar o limite para aquisição de armamentos e munições.
Essa tendência foi confirmada pelo especialista em segurança, Ignácio Cano, entrevistado pela Sputnik Brasil quando disse que "essa é mais uma tentativa do governo Bolsonaro, entre várias anteriores e outras que virão, para aumentar o número de armas em circulação, para aumentar os tipos de armas que podem ser compradas, e o número que cada pessoa tem direito".
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