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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Pessoas morrem asfixiadas e o governo oferece remédio para verme e malária, lamenta infectologista

 


Em entrevista à Sputnik Brasil, o infectologista e especialista em saúde pública Gerson Salvador avalia o risco de falta generalizada de oxigênio pelos hospitais do Brasil e fala sobre o tratamento precoce contra a COVID-19: "É um engodo".

Após o colapso da rede de saúde de Manaus, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, alertou os outros estados do Brasil sobre o risco da falta de oxigênio generalizada pelo país. Nesta terça-feira (19), outros dois municípios registraram mortes em decorrência da falta de oxigênio: foram sete mortos em Coari, no Amazonas, e seis óbitos em Faro, no Pará.

Segundo Gerson Salvador, infectologista e especialista em saúde pública, há duas possíveis causas para a crise de falta de oxigênio na rede de hospitais pelo Brasil: a incompetência no provisionamento de insumos diante de uma pandemia e a economia em gastos essenciais para a vida dos cidadãos brasileiros – como o oxigênio em hospitais.

"A gente tem um governo federal que, num local onde as pessoas estão morrendo asfixiadas com falta de oxigênio, oferece ivermectina, que é remedio pra verme, e cloroquina, que é remedio para malária. [...] E vivemos um colapso de financiamento do SUS [Sistema Único de Saúde], que ficou agravado pelo teto de gastos aprovado no governo Temer, e é uma crise que só tem piorado", avalia Salvador.


© FOLHAPRESS / AGIF/FOLHAPRESS
Paciente com COVID-19 chega a Teresina (PI), após ser transferida de Manaus (AM), cidade que enfrenta colapso no sistema de saúde

O estado do Amazonas sabia, desde novembro, que a quantidade de oxigênio hospitalar disponível seria insuficiente para atender a alta demanda provocada pela pandemia de COVID-19. A informação consta de um projeto básico, elaborado pela secretaria de Saúde do estado, para a última compra do insumo, realizada no fim do ano passado. A White Martins, fornecedora de oxigênio, informou que, se o contrato tivesse previsto um pedido maior na oportunidade, a empresa teria conseguido atendê-lo.

Além disso, o governo federal também sabia, pelo menos desde o início de janeiro, quando o ministro da Saúde Eduardo Pazuello esteve em Manaus, sobre a situação crítica da rede hospitalar no Amazonas.

Portanto, o que faltou, segundo Salvador, foi um planejamento adequado.

"Claramente o governo não observou o crescimento de casos desde o final do ano de 2020, a partir de novembro, dezembro, que já mostrava que ia testar a capacidade assistencial. Não houve o provisionamento adequado", afirma o especialista.

Salvador lembra que esta não é a primeira vez que faltaram insumos para os hospitais públicos durante a pandemia de COVID-19. Houve, por exemplo, a falta de anestésicos e outros medicamentos para o procedimento de intubação. No Rio de Janeiro, pacientes morreram em decorrência da falta destes insumos.

Atualmente, além do aumento de casos de COVID-19, o especialista destaca que o oxigênio tem sido utilizado por vários outros pacientes, que sofrem com pneumonia, asma e insuficiência cardíaca, por exemplo. "As crianças prematuras, procedimentos cirúrgicos, procedimentos de emergência de infarto, cirurgias de trauma e inúmeros outros casos também exigem o oxigênio", diz o médico. Diante da situação, o infectologista faz um alerta para todos os estados.

"Frente a este crescimento de demanda, é importante que os estados atentem para isto e se organizem para prover insumos no geral, inclusive oxigênio", diz Salvador.


© REUTERS / BRUNO KELLY
Agente da Saúde se emociona durante colapso no sistema de saúde do estado do Amazonas, no hospital Getúlio Vargas, Manaus, 14 de janeiro de 2021

'O tratamento precoce é um engodo', afirma especialista

Apesar de diversas pesquisas que comprovam que as drogas ivermectina e cloroquina não têm qualquer eficácia contra a COVID-19, diversos médicos em todo o Brasil seguem receitando as medicações. Afinal, elas têm alguma chance de eficácia? Salvador garante que não.

"O tratamento precoce é um engodo. Diversos estudos demonstram que estas drogas não são eficazes contra a COVID-19. Lamentavelmente, o Conselho Federal de Medicina se omite, deixando para o médico escolher como tratar os pacientes", diz o infectologista.

Segundo ele, outras entidades, como a Sociedade Brasileira de Infectologia, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e a Associação Médica Brasileira publicaram comunicados contra o tratamento precoce com estes medicamentos.

"Os médicos que estão prescrevendo estes remédios ou estão desinformados ou têm interesse político em apoiar as medidas do governo", avalia Salvador.

As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Pelo menos 13 pessoas apresentam paralisia facial em Israel após receberem vacina da Pfizer

 


Pelo menos 13 pessoas em Israel sofreram paralisia facial após receberem a vacina contra a COVID-19 da Pfizer/BioNTech, informa o Ministério da Saúde israelense, estimando que o número de casos pode ser maior.

Os funcionários da saúde suscitaram questões sobre se estas pessoas deveriam tomar a segunda dose da vacina, mas o Ministério da Saúde recomenda a sua administração.

"Durante ao menos 28 horas eu andei com isso [paralisia facial]", disse uma pessoa que sofreu este efeito colateral ao portal Ynet.

"Não posso dizer que [a paralisia] depois desapareceu completamente, mas tirando isso, não tive outras dores, exceto uma ligeira dor onde a injeção foi dada, mas não houve nada além disso", contou.

O indivíduo cujo nome não foi divulgado observou que a reação desagradável era "algo raro" ressaltando que era "importante" as pessoas serem vacinadas. No entanto, ele admitiu estar indeciso quanto a receber a segunda dose da vacina.

A professora Galia Rahav, chefe da Unidade de Doenças Infecciosas do Centro Médico Sheba disse que não se sentia "confortável" em administrar a segunda dose a alguém que sofreu paralisia facial após a primeira injeção.

"Encontrei recentemente, por exemplo, alguém vacinado que estava lidando com paralisia, e decidi não lhe dar uma segunda dose", disse ela.

"Ninguém sabe se isso está relacionado com a vacina ou não. É por isso que eu me absteria de dar a segunda dose a alguém que sofresse de paralisia após a primeira dose", disse ela ao portal.

Anteriormente, a Agência Norueguesa de Medicamentos comunicou que 23 idosos de mais de 80 anos morreram após serem vacinados com a vacina da Pfizer/BioNTech.

China adquire novo veículo off-road para apoio logístico a elevadas altitudes (FOTO)

 


O Exército de Libertação Popular (ELP) da China recebeu um veículo off-road recém-desenvolvido para missões de apoio logístico em planaltos de altitudes superiores a cinco mil metros.

Comissionado pelas tropas de transporte, o veículo poderá, efetivamente, resolver o problema relacionado a dificuldades na entrega de mercadorias para soldados de bases nas regiões de maior altitude, informou a Televisão Central Chinesa (CCTV, na sigla em inglês) no sábado (16), reporta The Global Times.

Projetado com esteiras feitas de metaloide, este novo veículo off-road pode percorrer encostas de 35 graus de inclinação, conforme o relatório, observando que pode entregar até 1,5 tonelada de mercadoria.


© FOTO / CCTV / CAPTURA DE TELA
Captura de tela do novo veículo off-road do Exército de Libertação Popular (ELP) da China

Graças a este veículo, até mesmo os soldados do ELP em altitudes superiores a cinco mil metros poderão receber mantimentos prontamente. Em uma missão recente, o veículo entregou dezenas de caixas de macarrão instantâneo e barris de água mineral, informou a mídia chinesa.

No entanto, o nome deste novo veículo ainda não foi revelado.