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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Marido de cabeleireira baleada em bloco de carnaval relata pânico ao ver esposa ferida: 'Muito sangue'

Danieli Vitti foi baleada no carnaval de São Paulo — Foto: Arquivo pessoal

Policial civil reagiu a tentativa de assalto no domingo, em São Paulo. Três homens e duas mulheres ficaram feridos.


Uma das vítimas baleadas durante a passagem de um bloco de carnaval na Zona Sul de São Paulo, no domingo (16), passou por uma cirurgia no fêmur nesta segunda-feira (17) e é acompanhada pelo marido. Os dois são moradores de Jundiaí (SP) e estavam em um grupo com cerca de 15 pessoas.

Cinco pessoas foram baleadas na altura do número 900 na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini por volta das 17h30. Entre os feridos estavam três foliões e dois suspeitos.

O marido da cabeleireira Danieli Vitti, Wellington Alves Romano, afirmou ao G1 que o casal se divertia no bloco quando a esposa foi ao banheiro e, em seguida, ouviu disparos.

"Estávamos na rua e de costas para a confusão. Segundos depois teve uma briga e escutei um barulho. Achei que fosse bomba. Depois vi que foi um tiro e a Dani caída, baleada e muito sangue", lembra.
Segundo Romano, a esposa, de 27 anos, foi socorrida no local da ocorrência e foi encaminhada ao hospital.

"É uma fratura no fêmur, que foi causada pelo impacto do projétil. Ele não ficou alojado porque saiu e atingiu uma outra amiga nossa, que já foi liberada. A Dani teve que tratar aqui porque no caminho para Jundiaí poderia dar problema no transporte", diz.

Os dois moram em Jundiaí, no interior de São Paulo, com os dois filhos, de 3 anos e 11 meses. A recuperação, segundo informado a Romano, será de cerca de seis meses.

"Ela está medicada, sentido os pés e sem dor. Agora vamos acompanhar a recuperação para que possa voltar a trabalhar."

Em um relato enviado ao G1 antes do procedimento no Hospital das Clínicas, Danieli contou que estava no aguardo da cirurgia e que sofreu um grande susto com a situação.

Vídeo mostra socorro às vítimas baleadas em bloco de carnaval em SP

Disparos em bloco
Anteriormente, o policial disse que estava indo encontrar um amigo, e não participando do bloco, quando sofreu uma tentativa de assalto. A afirmação foi feita em depoimento prestado aos investigadores nesta segunda-feira (17).

Ele disse ter sido cercado por seis indivíduos e agredido. Em depoimento, o policial disse ainda que, quando assaltantes tentaram roubar seus pertences, ele se identificou.

Neste momento, segundo ele, os criminosos tentaram roubar sua arma e, por isso, ele reagiu. O policial afirma que ouviu tiros, mas não soube informar de onde vieram. Os bandidos conseguiram levar uma corrente de ouro, dinheiro e o celular da vítima.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que já prendeu dois suspeitos identificados como Jonathan e Pedro Henrique. Eles foram baleados e já tiveram alta, mas continuam detidos.

Além disso, a polícia afirma ter identificado também três comparsas suspeitos de participarem do assalto. Eles foram identificados por meio das redes sociais dos dois suspeitos feridos, que foram reconhecidos pelo policial civil, e estão sendo procurados.

Cinco pessoas são baleadas em blocos de carnaval na zona sul de São Paulo

Doria defende ação
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu a ação do policial civil. No início da tarde desta segunda (17), o governador disse ele ele agiu "como deveria", mas que a corregedoria acompanha o caso.

"Um policial não é só policial quando está fardado, ele é policial por opção, por determinação e treinamento. Então ele está em ação. Quero registrar que neste fato não houve nenhuma morte, nenhum ferimento grave, e os bandidos foram presos, ou seja, o policial agiu como deveria ter agido para proteger as pessoas", disse Doria.

Ao lado do general João Camilo de Campos, que comanda a secretaria de Segurança Pública do estado, Doria disse que o caso está sendo acompanhado pela corregedoria.

"Agora está na corregedoria, evidentemente que a polícia de São Paulo tem muito zelo na análise de qualquer circunstância que envolva o uso de armamento por parte de policiais", disse Doria.

"O inquérito está em curso. A Corregedoria da Polícia Civil, que é muito boa, está acompanhando esse processo, então vamos deixar que o inquérito transcorra", completou Camilo.

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Por Carlos Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí

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