Pesquisadores norte-americanos estão procurando criar um método para transmitir matéria instantaneamente de um lado para outro.
Buracos de minhoca, a ligação teórica entre regiões díspares do espaço-tempo, têm sido amplamente especulados como uma possível forma super-rápida de percorrer grandes distâncias. Qual é o senão? Eles são extremamente instáveis e podem destruir qualquer matéria infeliz o suficiente para passar por eles.
Um grupo de físicos do Instituto de Tecnologia da Califórnia propôs a criação de um buraco de minhoca funcional usando um par de buracos negros em ângulo quântico.
A ideia, comunicada na quinta-feira (27) pelo jornal Quanta Magazine, pode soar algo saído de ficção científica. Mas não é preciso ficar alarmado, insistem os cientistas, já que os buracos negros não seriam do tipo assustador e supermassivo que existem no espaço e sugam tudo, inclusive a luz, para a sua goela mortal. Pelo contrário, esses buracos negros podem ser criados em um laboratório usando apenas alguns átomos e íons.
Os pesquisadores, liderados pela divisão de Física, Matemática e Astronomia do doutorando Sepehr Ghazi Nezami do instituto, dizem que querem colocar alguma informação em uma ponta dos buracos negros emaranhados por uma partícula quântica, com a esperança de que ela saia na outra ponta sem problemas, depois de usar o atalho espaço-tempo conhecido como buraco de minhoca.
Potencial de um buraco de minhoca
Além de revelar conhecimentos sobre a natureza do tempo espacial, a proposta revolucionária poderia ajudar a responder a algumas questões que têm agonizado físicos, astrônomos e outros cientistas por mais de um século, desde a criação da teoria da relatividade de Einstein: quão perigoso é viajar através de um buraco negro? Seria possível utilizá-los como um meio de teletransporte?
No que diz respeito às aplicações práticas, o teletransporte galáctico ao estilo Andrômeda não é a única possibilidade, com a ferramenta prospectiva vista como tendo o potencial de melhorar a tecnologia de computação quântica.
A ideia de que pequenos buracos negros podem realmente ser sintetizados em um laboratório foi demonstrada pela primeira vez em teoria pelos pesquisadores em 2019, com os pesquisadores da Universidade de Maryland a surgir com a ideia de um circuito quântico em forma de buraco de minhoca depois de confirmar a possibilidade de codificação quântica. Outra possibilidade foi a mistura de informação armazenada dentro de um conjunto de átomos, com o potencial de restaurá-la ao seu estado original.
A esperança é que a partícula quântica codificada possa ser colocada em uma das extremidades do circuito do "buraco negro", sendo depois codificada e consumida, apenas para sair remontada pelo outro lado.
Pesquisadores estão atualmente envolvidos em discussões com cientistas em laboratórios de física experimental sobre a possibilidade de adaptar circuitos quânticos para testar suas ideias, com planos concretos ainda a serem concretizados.
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