Pesquisador descobre que DNA do micróbio Halobacterium salinarum é resistente a várias forças adversas e poderia transmitir a gerações futuras informações por milhões de anos.
A descoberta é fruto das buscas do artista e pesquisador Joe Davis por um material que funcione como uma cápsula do tempo.
O objetivo é armazenar informações para futuras gerações e até mesmo alienígenas.
Assim, Davis descobriu que o DNA do Halobacterium salinarum é altamente resistente à falta de água, temperaturas extremas, vácuo e radiação intensa, conforme publicou a revista científica Science.
Com tal achado, Davis acredita que ao inserir informações no DNA do micróbio elas se manteriam por milhões de anos, podendo ser estudadas por civilizações do futuro.
"Se você quer manter uma informação por muito, mas muito tempo, a melhor forma de fazer isso poderá ser mantê-la dentro de células e utilizar o maquinário celular para a autorreparo do DNA", publicou as palavras de Davis a revista.
É sabido que a estrutura celular do micróbio pode reproduzir até 25 cópias de cada um dos cromossomos, o que daria maior chance para as informações inseridas não se perderem, uma vez que o conteúdo introduzido se reproduziria.
Micróbio 'imortal'
Uma das características mais interessantes do Halobacterium salinarum é o fato de ser altamente tolerante ao sal.
Encontrado em sal-gema, o micróbio também pode resistir ao óxido de etileno, gás venenoso comumente usado para esterilizar equipes de laboratório.
O potencial de armazenamento do DNA estudado é de aproximadamente 300 megabytes de dados no núcleo de uma célula humana.
Comentando a descoberta, o engenheiro biológico Jeff Nivala, da Universidade de Washington, na cidade americana de Seattle, afirmou:
"Se toda outra vida estiver destruída na Terra, e esta é a única coisa que ficou, a informação possivelmente poderá se propagar por si mesma".
Experimento
Para pôr em prática o conhecimento, Davis colocou os dados de uma gravura tridimensional de uma agulha e um ovo dentro do DNA do micróbio com a ajuda do biólogo Alexandre Bisson, da Universidade de Brandeis, EUA.
Como resultado, a informação ficou inalterada no interior do DNA.
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