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terça-feira, 22 de setembro de 2020

Doutrina pacifista ou resposta às tensões? Japão está aumentando seus gastos militares




O orçamento recorde proposto pelo Ministério da Defesa do Japão é possivelmente uma reação ao aumento das tensões entre EUA e China, avalia especialista.

Anteriormente, a agência Kyodo informou, citando fontes do meio militar, que o Ministério da Defesa do Japão propôs um orçamento militar recorde de 5,4 trilhões de ienes (R$ 280 bilhões) para o ano fiscal de 2021, que começa em 1º de abril.
"O principal rival do Japão é a China. Possivelmente o incremento do orçamento militar japonês é uma resposta às ambições de Pequim na região", afirmou o ex-chefe do Departamento de Cooperação Militar Internacional do Ministério da Defesa da Rússia, coronel-general Leonid Ivashov.
"Considerando a dependência de Tóquio em relação a Washington, o aumento do orçamento militar é lógico e, no contexto geopolítico, o Japão se encontra no epicentro dessa guerra fria", considerou o analista.
Ivashov sugeriu que as novas ambições militares podem estar relacionadas à vontade de criar uma nova base de crescimento econômico, entregando contratos a empresas militares.

A 'doutrina' pacifista se mantém

Ao mesmo tempo, o especialista considera que é pouco provável que Tóquio se distancie da sua Constituição, que proíbe o país de ter forças armadas próprias. De acordo com o analista, o retorno de um Japão militarista não é do interesse de seus aliados, incluindo dos EUA.
"Provavelmente não será possível ao Japão se distanciar da doutrina pacifista, pois para tal é necessário mudar a Constituição. Porém, este é um procedimento difícil. No sistema político japonês é extremamente difícil alcançar um consenso em questões sensíveis como essa. Além disso, a última palavra será dos norte-americanos", analisou Ivashov.
O que é certo para o analista é que as chamadas Forças de Autodefesa do país não se distinguem de um Exército comum e, de fato, são um forte corpo militar.
Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, convocou recentemente seus aliados a criar uma nova frente contra a China.
As opiniões expressas nesta matéria podem não necessariamente coincidir com as da redação da Sputnik

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