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domingo, 22 de agosto de 2021

'Objetivo não é guerra bem-sucedida': fala de Assange de 2011 sobre invasão do Afeganistão viraliza

 


A organização de denunciantes WikiLeaks publicou um vídeo de Julian Assange de 2011, afirmando que a guerra no Afeganistão, que duraria ainda mais dez anos, servia para lavagem de dinheiro.

A conta da organização de denunciantes WikiLeaks no Twitter publicou na quarta-feira (18) uma afirmação de 2011 de Julian Assange.

"O objetivo é usar o Afeganistão para lavar dinheiro fora do espaço tributário americano e do espaço tributário europeu através do Afeganistão e trazê-lo de volta para as mãos das elites de segurança transnacionais", disse o fundador do WikiLeaks.

Em suas palavras, "o objetivo é uma guerra eterna, não uma guerra bem-sucedida". O tweet recolheu mais de 130 mil reações.

Na época em que Assange disse isso, a guerra no Afeganistão durava há cerca de dez anos. Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os EUA e outros países da OTAN invadiram o país em 7 de outubro de 2001 com o objetivo declarado de afastar do poder o Talibã (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países) por recusar extraditar Osama bin Laden, fundador e dirigente do Al-Qaeda (organização terrorista, proibida na Rússia e em vários outros países).

No entanto, a guerra continuou ainda mais dez anos depois que os EUA declararam ter eliminado bin Laden no Paquistão em 2 de maio de 2011. A OTAN tem conduzido uma saída caótica do Afeganistão nas últimas semanas, em meio a vitórias muito rápidas do Talibã.

Carreira de Julian Assange

Assange fundou o WikiLeaks em 2006, tendo publicado ao longo dos anos documentos revelando crimes de guerra, espionagem e corrupção por parte de governos ocidentais, particularmente dos EUA.

Apoiadores de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, reunidos no exterior da corte que está julgando o ativista em Londres, Reino Unido, em 11 de agosto de 2021
© REUTERS / HENRY NICHOLLS
Apoiadores de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, reunidos no exterior da corte que está julgando o ativista em Londres, Reino Unido, em 11 de agosto de 2021

A Suécia emitiu em novembro de 2010 um mandado de captura do denunciante, o acusando de abuso sexual de uma mulher nesse ano. O caso foi fechado em novembro de 2019, com a promotora concluindo que as evidências não eram suficientemente fortes para o condenar.

Depois que em 2019 o Equador retirou a proteção dada a Assange em sua embaixada em Londres, no Reino Unido, ele foi preso pela polícia local, que o colocou na Prisão Belmarsh HM em Londres. Ao mesmo tempo, o fundador do WikiLeaks tem sido acusado por Washington de praticar espionagem contra os EUA. Em 4 de janeiro de 2021 a juíza Vanessa Baraitser recusou sua extradição ao país norte-americano por risco de suicídio, mas o caso continua. Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão.


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