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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Novo sistema antitanque russo 'vai mais longe' que competidores estrangeiros




O sistema Hermes-A, desenvolvido como arma antitanque alternativa, é destacado principalmente pelo seu alcance de fogo, que pode chegar até os 100 quilômetros.

A Rússia apresentou Hermes-A, um sistema antitanque avançado desenvolvido pelo Escritório de Projetos de Construção de Instrumentos de Tula (KBP, na sigla em russo), que faz parte do consórcio Vysokotochnye Compleksy, no Fórum Internacional Técnico-Militar EXÉRCITO 2020, que entretanto terminou na região de Moscou.
A arma é visualmente semelhante a um sistema de lançamento múltiplo, com um lançador móvel que inclui um bloco de seis contêineres cilíndricos sobre um chassi com rodas de alta manobrabilidade, tendo os mísseis uma velocidade de até 1.300 metros por segundo, um alcance de 100 quilômetros, a possibilidade de disparar na direção de até seis alvos simultaneamente, inclusive sem preparação, e a mesma precisão de dia ou de noite.
Os contêineres têm mísseis guiados multiuso de 130/210 milímetros com ogivas de estilhaços e massas de cerca de 30 quilos cada. Apesar de ser semelhante a um lançador múltiplo de foguetes, a arma deverá ocupar um lugar entre a artilharia e os sistemas táctico-operacionais nas Forças Armadas da Rússia.
Segundo os desenvolvedores, o sistema foi projetado principalmente para destruir instalações de defesa antiaérea, postos de comando e centros de comunicação, sistemas de mísseis tático-operacionais e sistemas de lançamento múltiplo de foguetes. O Hermes-A é especialmente eficaz contra pequenos alvos individuais, tais como tanques, veículos blindados de transporte ou veículos de combate de infantaria.
"Hermes é muito preciso: o desvio máximo do míssil em relação ao alvo é de apenas meio metro", contou um representante do KBP. "Com esses indicadores até seria admissível o chamar de arma humana. O Hermes pode ser aplicado em áreas densamente povoadas, em cidades os civis, edifícios ou quaisquer objetos colaterais não sofrerão danos. Apenas é destruído um alvo específico."
A alta precisão é assegurada por um avançado sistema de pontaria. Primeiro funciona a radionavegação inercial por satélite, depois é ativada a cabeça de pontaria automática.

© SPUTNIK / GRIGORY SYSOEV
Sistema de mísseis antitanque Hermes em exposição
O Hermes tem diversas opções para engajar os alvos. Os objetivos podem ser designados por equipamentos de uma estação terrestre, mas também é possível se conectar a uma aeronave não tripulada de controle remoto com sistema optoeletrônico, que transmite coordenadas do alvo, marca-o no mapa e o destaca a uma distância de até cinco quilômetros.

Hermes-A comparado a outros

As características reveladas sobre o Hermes podem posicioná-lo como a melhor arma antitanque no mundo, mas sem poder realmente substituir os sistemas de mísseis antitanque existentes, que são bons devido a serem móveis, pequenos, leves. Além disso, suas munições de baixo custo têm potência suficiente para destruir eficazmente veículos blindados.
No entanto, os mísseis antitanque convencionais têm alcance muito menor que o Hermes. Como exemplo, o alcance do AT-14 Spriggan dos EUA, de oito quilômetros, é considerado bom, com características semelhantes às de outras armas antitanque estrangeiras.
Embora o Javelin norte-americano consiga lançar mísseis com pontaria automática em trajetórias difíceis, seu alcance não ultrapassa três quilômetros, sendo também mais caro.
O análogo mais próximo do Hermes é o SpikeNLOS de Israel, um míssil antitanque universal projetado para engajar alvos de posições abrigadas fora da linha de visão. O sistema recebe as coordenadas de batedores no terreno ou de drones no ar, podendo ser apontado automaticamente ou por operador. No entanto, seu alcance máximo é de 25 quilômetros.
Moscou considerou pela primeira vez produzir uma arma guiada de alta precisão de longo alcance no início dos anos 2000, tendo o primeiro projeto sido apresentado na época pelo KBP. Em 2003, uma modificação do Hermes-A foi testada com sucesso para o helicóptero Ka-52, utilizando até 16 contêineres com mísseis guiados em pilones externos. Os principais alvos seriam tanques e posições inimigas fortificadas a uma distância de até 20 quilômetros.

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