As autoridades sanitárias do país insular detectaram dezenas de mutações do SARS-CoV-2. Allan Randrup Thomsen, virologista islandês, avaliou o grau de perigo desse desenvolvimento.
Segundo pesquisadores, este desenvolvimento marca um padrão "exemplo didático" semelhante ao da gripe. Dado isto, é provável que o vírus se torne mais contagioso, mas menos perigoso, preveem pesquisadores.
Depois de testar 9.768 islandeses para o novo coronavírus, as autoridades sanitárias islandesas detectaram, em colaboração com a empresa privada de genética CODE, 40 mutações do coronavírus só no país.
Segundo o professor da Universidade de Copenhague e virologista Allan Randrup Thomsen, isto significa que o vírus acabará se tornando mais contagioso, mas menos grave.
"É semelhante ao padrão que vemos com a gripe, e podemos viver com isso. Não estou dizendo que é verdade que todas as variantes sobreviverão, mas há uma tendência para que isto se desenvolva dessa forma."
"Isto significa que os vírus podem infectar mais porque estão melhor adaptados, mas não são as variantes de vírus causadores de doenças que sobrevivem. Estas são as variantes que causam menos doenças", explicou Thomsen ao jornal dinamarquês Information.
Thomsen especificou que as 40 variantes se dividem em três grupos que podem ser rastreados até as fontes específicas de infecção, o que ele chamou de "exemplo didático".
O chefe epidemiologista islandês Thorolfur Gudnason disse esperar que os resultados da pesquisa sejam extremamente benéficos em todo o mundo como uma contribuição para os esforços mundiais contra a pandemia.
María Mjoll Jónsdóttir, do Ministério das Relações Exteriores da Islândia, também destacou que os resultados se destinam a ser utilizados internacionalmente.
Casos na Islândia e mundo afora
A Islândia tem um total de 588 casos confirmados de COVID-19, 14 dos quais resultaram em hospitalizações. 6.816 estão atualmente em quarentena, 36 recuperaram totalmente do vírus, e houve duas mortes.
Para conter o surto, a nação insular de 330.000 habitantes recorreu a medidas drásticas, incluindo a proibição de concentrações de mais de 20 pessoas e uma série de fechamentos que afetam piscinas, academias, bibliotecas e museus, bem como salões de beleza, barbearias e outros negócios envolvendo contato físico próximo.
Segundo um cronograma revisado, o Parlamento islandês só abordará assuntos diretamente relacionados à COVID-19 até 20 de abril.
Até agora, o deputado Smári McCarthy, do Partido Pirata, deu positivo para a COVID-19. Seis outros funcionários do parlamento também estão infectados, com vários outros em quarentena.
A nível mundial, o coronavírus originário da província chinesa de Hubei já infectou mais de 392.000 pessoas em 169 nações. Mais de 17.000 pessoas já morreram devido ao vírus, e pouco menos de 103.000 se recuperaram com sucesso.
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